Páginas

segunda-feira, 11 de novembro de 2019




APÓS 35 ANOS DE SUA MORTE “MÁRIO EUGÊNIO PERMANECE VIVO”





  Após 35 anos de sua morte, o repórter policial da extinta Rádio Planalto AM 890 khz e do jornal Correio Braziliense, Mário Eugênio (FOTOS), 31 anos, ainda “permanece vivo”, na memória da sociedade de Brasília. Nessa segunda-feira, (11/11), aniversário do seu extermínio, cruel, covarde, desumano, constatou-se que, o Gogó das Sete, muito amado por umas pessoas e odiado fervorosamente por outras, ainda permanece guardado na memória do povo. O seu nome continua gerando muita polemica, positiva,  negativamente na sociedade do Planalto Central e cada pessoa em sim tem, uma história particular envolvendo o Marão. O poeta de Brasília e membro do movimento cultural de Taguatinga Tribo das Artes, Caetano Bernades, 55 anos de idade, ele me deu uma entrevista, no último sábado, 09 de novembro. O bate papo aconteceu, às 13h25minun, no Bar do Velho, o famoso “Bar do Magal” situado, na CSD 06, lote 15 na Praça do antigo Cine Rex, na Vila Matias em Taguatinga Sul.

     No bate papo, Caetano Bernades contou ser filho do seu Hildo Bernades de Farias, 83  anos hoje, alguns fatos da sua história no qual, houve o envolvimento do repórter Mário Eugênio. “O meu pai denunciou, o prefeito de Unaí, Sanclé Martinho Solto, por pagar, os funcionários da prefeitura com cheques sem fundos”. O artista queixou-se que, o seu pai contou o fato ao Gogó das Sete, ele triplicou, a história e o artista me disse mais. “Por isso, o meu pai sofreu, ameaça de morte, dentro da Câmara de Unaí”. O poeta me contou, o que aconteceu após esse episódio. “Heron, após a entrevista que  o    meu pai deu ao senhor Mário Eugênio, ele triplicou a verdade dos fatos e as ameaças contra ele foram cruciais”. Caetano Bernades reprovou, a ideia de se construir, um memorial em homenagem ao comunicador, lá no Setor de Rádio e TV Sul e explicou o porque. “Não é o caso. O Mário Eugênio, não é uma pessoa de tanta expressão, para merecer, um memorial em Brasília. Assim como eu, também não. Ele não tem expressão política e nem jornalística, para isso. Ele sempre foi um cara, que sempre afrontou, as minorias, os bandidos e não vou dizer, que não o fez, porque o fez. Mas ele morreu, não foi pelas mãos dos bandidos”. Quando eu o lembrei que, os assassinos do Gogó das Sete eram bandidos da polícia de Brasília, ele questionou e concluiu. “Mas a polícia era, a banda que ele defendia. Não é? No entanto, ele morreu pelas mãos da polícia? Não sei. Eu acho que é tudo, meio confuso, vamos ver”.

         
     A comerciante e empresária Maria de Fátima Vieira, a “Fatinha” 59 anos, proprietária do bar Barsnok Vieira situado na CSD 01 lote 12 em Taguatinga Sul contou, a sua história com o Gogó das Sete e se emocionou. “Eu conheci o Mário Eugênio no Clube Primavera, ele era uma pessoa linda, super inteligente e muito humano”. Fatinha relata, a despedida com o Marão e se emociona. “A última vez, que eu vi o Mário foi, em uma carona que eu peguei com ele indo, para o Clube Primavera. Nós ficamos conversando, depois, ele disse: _“tchau Fatinha, depois a gente fala, beijo”. Maria de Fátima aprova, a construção do monumento para o jornalista, acrescenta e conclui. “Eu sou a favor de que, se faça, o memorial ao Mário Eugênio no Setor de Rádio e TV Sul e que a partir daí, o local passe a se chamar: Setor de Rádio, TV Sul e Memorial, Mário Eugênio, o Gogó das Sete”.


   Um outro fã do Mário Eugênio, o bombeiro militar, Jean Carlos Silva Mota,50 anos, manifestou-se e me contou, a sua história com o Gogó das Sete. “Quando eu relembro o Mário Eugênio, me lembro de um profissional, que combatia e reportava, os crimes na cidade. Na época, eu me lembro que era muito assustador, pois tratava-se criminosos intocáveis”. Jean Carlos continuou, o seu relato sobre o saudoso repórter policial. “Mário Eugênio era muito popular, uma cultura viva e as pessoas que queriam ficarem por dentro do que aconteciam no submundo do crime, elas tinham que sintonizarem no Gogó das Sete da Rádio Planalto AM”. Jean Carlos disse, que as autoridades de Brasília deveriam homenagear, o falecido comunicador de várias maneiras e acrescentou. “Ele fazia parte de uma imprensa oprimida, que seja erguida, a sua estatua”.


     O professor, escritor e morador da Ceilândia, Vicente Melo, vulgo “Lourinho” viveu, uma história interessante com o Gogó das Sete e compartilhou comigo. “Eu sai de casa ao amanhecer, para o meu primeiro dia de trabalho arrumado, pelo meu tio Preguinho, locutor da Rádio Planalto AM. Para a minha surpresa, ele me deu, um balde, uma bucha e sabão, para lavar os carros dos funcionários da emissora no estacionamento”. Lourinho me contou, o perigo que sofreu no local e o ato heroico de Mário Eugênio em salvá-lo. “O Mário Eugênio apareceu, perguntou quem eu era e respondi emocionado, por conhece-lo pessoalmente”. Vicente Melo relata que, o comunicador lhe pediu, para lavar o seu carro, um Galax de placa 1313 e acrescenta. “Eu fui almoçar, com o dinheiro que ele me pagou, mas era pouco, o Gogó das Sete reapareceu e foi a minha salvação. Ele pagou, o meu almoço e me deu a passagem de ônibus”. Lourinho continuou, a sua entrevista comigo, me dizendo. “Nunca mais o vi, antes da sua morte trágica. Mas foi um “anjo” que me salvou da fome e da vergonha naquele momento”. O educador e artista expos, a sua opinião ao um futuro busto do Marão, que poderá ser erguido, lá no Setor de Rádio e TV Sul, próximo ao local onde, o Gogó das Sete foi fuzilado covardemente e a sangue frio. “Quanto ao memorial é aceitável, apesar da resistência de muitos, que ele irá sofrer”. 

MEMÓRIA

     Na época da sua morte, Mário Eugênio investigava em denunciava, uma máfia dentro da polícia do Distrito Federal chamada de Esquadrão da Morte de Brasília, ou “Esquadrão da Escopeta”. O crime organizado era chefiado, pelo Secretário de Segurança Pública, o coronel do Exército Lauro Rieth e o delegado e diretor geral da Polícia Civil, o delegado Ary Sardella. Entre os inúmeros crimes cometidos, por essa corja e denunciados pelo Gogó das Sete estava, o extermínio do chacareiro João de Paula Matos, ocorrido em 14 de abril de 1984 no município de Três Vendas em Luziânia no Goiás, entorno de Brasília. O coronel e o delegado foram excluídos do processo da morte do repórter e os outros condenados, já cumpriam pena.  

Nenhum comentário:

Postar um comentário