POLÍCIA
CIVIL CUMPRE MADADOS DE PRISÕES EM BRASÍLIA
Na manhã dessa segunda-feira, (30/09), a Polícia Civil do Distrito Federal (PCDF),
por meio da Coordenação de Repressão aos Crimes Patrimoniais (CORPATRI) deflagrou,
a Operação Rota da Seda (FOTOS). Foram cumpridos 120 mandados de prisão
preventiva, prisão temporária, buscas e apreensões, assim como interdições de
lojas em três estados: DF, SP e GO e sete cidades: Campinas, Valinhos,
Hortolândia, Indaiatuba, Brasília, Goiânia e Águas Lindas. Foram presas 14
pessoas em Brasília, oito em São Paulo e três em Goiânia. Tratava-se de uma das
maiores operações policiais da história da PCDF, com a participação de cerca de
450 policiais, três aeronaves e cem viaturas. A ação foi deflagrada de forma
conjunta com a Secretaria de Economia do Distrito Federal que destacou 18 auditores
fiscais para compor as equipes e efetuar as devidas autuações administrativas.
Segundo a Polícia Civil, “o objetivo da operação é
desarticular uma organização criminosa especializada no roubo de veículos,
desmanche e remessa das partes para revenda em outros estados, em especial,
lojas de autopeças, localizadas no setor H. Norte de Taguatinga. Nesse local,
20 lojas foram interditadas”. Os policiais explicaram que, “foi apurado que a
organização criminosa já teria enviado ao DF, na última década, pelo menos dois
mil carros cortados. A operação foi batizada de Rota da Seda em alusão às
diversas rotas comerciais que, na Antiguidade, se originavam na Ásia e faziam
chegar aos europeus diversos produtos sem que eles soubessem a que preço isso
acontecia”. O coordenador da Corpatri, delegado André Luís da Costa e Leite
disse que, “a investigação demonstrou que os veículos eram subtraídos em Campinas/SP
e adjacências, cortados em galpões gigantes e imediatamente remetidos às lojas
do DF. Era uma verdadeira indústria de roubo/furto de carros e desmanches. Pelo
menos seis caminhões diferentes eram usados no transporte das peças. Cada
caminhão comportava, em média, dez veículos cortados. Eles chegavam a
transcorrer o percurso DF-GO-SP até três vezes na semana, indicando, portanto,
um volume alto de carros roubados que eram inseridos no mercado de autopeças”.
Para ludibriar a fiscalização rodoviária, eram emitidas
notas fiscais frias. Todos os números de identificação do chassi também eram
suprimidos, impedindo que fosse possível identificar e vincular as peças
transportadas a ocorrências de roubos/furtos em SP. Durante a investigação, um
desses caminhões acabou sendo apreendido e toda sua carga retirada. Nessa
oportunidade, foi possível montar, como um quebra cabeça, no pátio do Instituto
de Criminalística dez carros completos – quatro portas, capô, tampa traseira,
teto, para-choques, paralamas, faróis, lanternas, espelhos e toda parte de
acabamento e mecânica. Os criminosos chegavam a enviar as baterias dos carros e
até mesmo os extintores de incêndio que vinham ainda carregados.Ao chegarem ao
DF, as peças eram pulverizadas em dezenas de lojas que as inseriam no mercado
também pela emissão de notas falsas, fazendo girar uma imensa máquina de
lavagem de dinheiro e uma série de fraudes tributárias.
O policial contou que, “ao roubar/furtar veículos em uma
unidade da federação e remetê-los para outra, a organização criminosa conseguia
ficar fora do radar das autoridades locais. No mesmo giro, a emissão de notas
falsas camuflava ainda mais a operação, razão pela qual o esquema conseguiu
funcionar por tanto tempo sem ser descoberto”. Para o delegado, “ficou
comprovado que, pelo menos, 95% das lojas do DF se encontram atuando fora da
legislação vigente (lei n. 12.977/16) que exige uma série de condicionantes
para autorização de funcionamento. Também ficou claro que, direta ou
indiretamente, a grande massa de lojas do DF está vendendo peças de carros
roubados/furtados não só no DF, como também em outros estados. As
investigações, agora, avançam para desvendar outras rotas ilegais de transporte
de peças e prisão de mais lojistas que também se encontram envolvidos”.
Todos os indiciados irão responder por organização
criminosa, roubo qualificado, receptação qualificada, lavagem de dinheiro, uso
de documento falso e fraude tributária. As penas máximas somadas podem
ultrapassar os 30 anos de prisão. As lojas dos criminosos foram interditadas e
todos os estoques de peças sem procedência serão apreendidos para futuro
perdimento. Também houve, a decretação de amplo bloqueio patrimonial, havendo
congelamento de contas bancárias, registro de imóveis e carros. Os presos em
outros estados foram imediatamente recambiados ao DF e se encontram à
disposição da 2ª Vara Criminal de Taguatinga. "Queremos mandar uma
mensagem clara, não só aos maus empresários do DF, mas também aos criminosos de
outros estados. A PCDF não irá tolerar a zona de livre comércio de peças roubadas
estabelecida no setor H Norte em Taguatinga. Demonstramos que nossa força
técnica e operacional é capaz de buscar qualquer um em qualquer ponto do
território nacional. Enviar peças roubadas ao DF não é mais um bom
negócio", afirma o coordenador da Corpatri, delegado André Luís da Costa e
Leite.
FONTE DAS INFORMAÇÕES: www.pcdf.df.gov.br